Virgens, santas e doídas


 La Madre del Maiz, uma lenda mexicana

Os povos nativos da América – Arikana, Pawnee, Cheyenne, Mandan, Hidatsu, Abnaki, Cherokee e Huron –, vêem o milho como uma deusa.
A Mulher do Milho reúne as figuras da Mãe do Milho, da Donzela do Milho e da Mulher Amarela. Todas elas se relacionam com o milho como um ser sagrado que se entrega ao seu povo para sustentá-lo e nutri-lo. Ela foi criada a partir de uma espiga que cresceu no céu. Ela veio à Terra e ensinou ao povo como honrar as divindades e plantar o milho.
Para os Astecas seu nome é Chicomecóatl, traduzido como "sete serpentes". As cerimônias dedicadas a esta deusa são comemoradas no mês Huei Tozoztli e seus templos são decorados com milho e as sementes depositadas nele são abençoadas.
Era chamada também de Xilonen ("A peluda"), referindo-se às barbas do milho em vagem, ao ser considerada "Jovem Mãe do milho macio" ou jilote; era assim protetora de uma das fases do ciclo do milho. Xilonen também podia ser chamada Centeocíhatl.



Virgem de la Leche, um ícone do cristianismo

É uma das inúmeras representações iconográficas da Madona com o Menino, na qual a Virgem aparece amamentando-o.
Na iconologia cristã, o leite da Virgem era visto como o "sangue processado", um paralelo ao sangue de Cristo.
Sabe-se que, na Idade Média, a amamentação, principalmente nas classes mais abastadas, era repassada às amas de leite, que eram contratadas e tinham uma imagem ligada à Madona da Humildade, usando roupas mais comuns e sentada no chão.
No século IV, surgiram muitas imagens da Virgem amamentando na região da península ibérica, causando uma revolução visual para a teologia da época. Após o Concílio de Trento, no século XVI, os doutrinadores eclesiásticos passaram a desencorajar a nudez em temas religiosos, fazendo com que a imagem da Madonna Lactans definhasse no imaginário dos fiéis.



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